Libertando-se das Expectativas: Como Manter o Equilíbrio Diante das Ações dos Outros



Por que as Atitudes dos Outros nos Desequilibram?

Se você é o dono do seu equilíbrio, por que as atitudes dos outros ainda conseguem abalá-lo? Isso ocorre porque, muitas vezes, damos aos outros o poder de interferir em nossas emoções depositando neles nossas expectativas.  

Quando criamos um "script mental" sobre como os outros deveriam agir e eles não correspondem a esse roteiro, nos frustramos e saímos do eixo. Continuar culpando os outros pela forma como nos sentimos é colocar o controle das nossas emoções nas mãos deles. E isso, além de desgastante, é improdutivo.

A solução? Tomar as rédeas de si mesmo.

Levar tudo para o lado pessoal é um convite ao sofrimento constante. Quando nos tornamos reféns das ações alheias, qualquer pessoa pode nos controlar.

O Outro é Apenas Outro

É importante entender que:

  • Nem sempre as pessoas agirão de forma alinhada aos nossos gostos, princípios ou valores.
  • O outro não é ruim, mau ou indiferente. Ele é apenas ele mesmo – e está sendo aquilo que tem a capacidade de ser no momento. Isso não significa que ele não possa melhorar, mas significa que você não deve depender disso para manter sua paz interior.

O Equilíbrio Está na Forma de Reagir

O verdadeiro poder emocional está em observar as situações com lógica e manter a calma, mesmo diante de estímulos externos. Se o exterior controla você, qualquer um pode controlá-lo. Respire fundo e não permita que o seu humor seja alterado pelas ações das pessoas ao seu redor.

Embora você não possa escolher o que sente, pode decidir como reagir a esses sentimentos. O equilíbrio tem a ver com sua reação emocional aos estímulos.

Lembre-se:

  • As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui para satisfazer as delas. 
  • Não podemos nos isentar pela autorresponsabilidade dos outros, nem isentá-los com a nossa. 
  • Existe uma diferença entre expectativa ilusória e expectativa alinhada. Cumpra a sua palavra.
  • Também existe uma diferença entre se responsabilizar pelas suas emoções e se responsabilizar pelas ações erradas dos outros com você.

Saiba Diferenciar Expectativas Ilusórias de Expectativas Alinhadas

Temos, sim, a responsabilidade de cumprir os nossos acordos e as expectativas alinhadas. Por exemplo:

  • Se eu disser a você que chegarei às 9h para irmos a algum lugar, você esperará que eu chegue.
  • Se você pagar por um produto, espera recebê-lo e que ele funcione.
  • Se alguém lhe faz uma promessa, você espera que ela seja cumprida.

Isso está correto. Mas nem todas as promessas serão cumpridas todos os dias. É necessário aprender a não se afetar pelas falhas alheias. Isso não significa isentá-las de responsabilidade, mas sim saber reagir de forma equilibrada.

Quando isso acontecer, tome as atitudes necessárias: cobre, dialogue, ou até mesmo rompa relações. Mas não permita que as falhas alheias tirem sua tranquilidade.

Cuidado ao Julgar

Muitas vezes, projetamos nossos próprios defeitos ou emoções reprimidas no outro, criando uma distorção. O que nos vemos no outro, frequentemente, é algo que existe em nós mesmos, mas que não queremos enxergar.

Coloque-se em Paz (internamente) com Quem o Perturba

Independentemente do que alguém tenha feito, tome uma decisão interna de estar em paz. Isso não significa ignorar ou aceitar passivamente, mas lidar com a situação de forma equilibrada.

  • Externamente, faça o que for necessário: cobre, dialogue, limite contatos ou rompa laços.
  • Internamente, investigue as emoções que surgiram, que precisavam dessa pessoa ou situação para emergir e serem vistas.

O outro tem o direito de ser como é. Você não pode mudá-lo, mas pode mudar em si mesmo o que te conectou a ele. Ao curar a emoção que reside em você, talvez a dinâmica com o outro mude. Pode ser que não haja mais nada a ser trocado entre vocês, pois uma ferida, que antes o fazia inconscientemente se dispor a receber algo dolorido para ser vista, já foi curada. Nesse momento, a posição dessa troca deixa de existir. As conexões inconscientes se desfazem, e, então, ou novas conexões mais saudáveis surgirão, ou a relação se dissipará, sem que haja mais necessidade de pensar sobre isso ou sobre a pessoa.

Quando você descobrir a origem do seu descontentamento com o outro, perceberá que, muitas vezes, não é o comportamento do outro que perturba você, mas uma parte profunda de si mesmo que precisa de cura.

A partir do momento em que nos tornamos conscientes disso, deixamos de culpar os outros pelo que sentimos. Deixamos de apontar fora o que está diretamente relacionado a nós.

Isso é libertador

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