Arquétipo Da Árvore da Vida: Interconexão, Força, Ancestralidade e Prosperidade



Uma árvore mística conecta os mundos físico e espiritual em diferentes culturas e credos ao redor do mundo. A Árvore da Vida, às vezes chamada de Árvore do Mundo ou Árvore do Conhecimento comumente simboliza uma conexão com a vida após a morte, raízes ancestrais e divindade.

As representações mais comuns mostram uma árvore decídua (árvore com folhas) com galhos que atingem o céu e raízes que se espalham pelo soloO amplo alcance das raízes e galhos é essencial para muitos dos significados simbólicos da Árvore da Vida.

O símbolo da árvore da vida foi representado no Cristianismo, Egito Antigo, bem como nas culturas budista, africana, turca e celta. Vikings, nativos americanos, místicos judeus entre outros contaram histórias de uma Árvore da Vida. 


  • Interconexão:   A Árvore da Vida geralmente representa a interconexão de tudo no universo. As raízes da árvore penetram fundo na terra e se espalham, aceitando assim a nutrição da Mãe Terra e seus galhos alcançam o céu, aceitando a energia do sol e da lua.  A árvore se apresenta como o eixo, conectando a terra e o céu.
  • Crescimento:  As árvores crescem lentamente ao longo de centenas de anos. De uma pequena semente a uma muda até a maturidade total, as árvores estão em um ciclo contínuo de crescimento. Como humanos, nunca paramos de crescer, mas absorvemos constantemente novas informações e conhecimentos.
  • Força:  Pilares de força profundamente enraizados, as árvores podem resistir às tempestades mais difíceis, e é por isso que elas são um símbolo tão proeminente de força, resistência e estabilidade. A árvore cresce para cima e para fora, representando como uma pessoa se fortalece com as  experiências ao longo da vida.  
  • Ciclo de vida e Renascimento:  A cada estação as árvores mudam, perdem suas folhas e parecem estar mortas durante o inverno, mas então novos brotos aparecem e flores se abrem durante a primavera. Isso representa o início de uma nova vida, um recomeço. Como humanos, suportamos os ciclos ou estações nossas vidas, assim como as árvores, passamos por invernos emocionais e sobrevivemos para desfrutar de um humor primaveril. 
  • Imortalidade:  A Árvore da Vida é um símbolo da imortalidade porque, mesmo quando a árvore envelhece, ela cria sementes que carregam sua essência para que ela viva através de novas mudas.
  • Ancestralidade, Família e Fertilidade:  O símbolo da Árvore da Vida também representa a  conexão com a família e os ancestrais. A Árvore da Vida tem uma intrincada rede de ramos que representa como uma família cresce e se expande ao longo de muitas gerações - árvore genealógica com cada novo galho representando uma nova vida e nos lembrando de onde ela partiu. Também simboliza a fertilidade, pois sempre encontra uma maneira de continuar crescendo, por meio de sementes ou novas mudas, e é exuberante e verde, o que significa sua vitalidade.
  • Tranquilidade:  A natureza é um refúgio tranquilo e renovador. As árvores fornecem abrigo, paz e tranquilidade e evocam sentimentos de calma e serenidade. Seu arquétipo de conexão nos faz sentir conectados com toda a natureza através dela.
  • Ancoragem: O significado da ancoragem é o aterramento,  raízes, quanto mais profundas mais resistentes são às intempéries. Da mesma forma, nós devemos nos ancorar com reverência à Terra e nossos corpos físicos. Ao fazer isso, fortalecemos nosso chakra raiz, cultivando uma sensação de estabilidade, para que possamos  ter firmeza na vida. Assim como a árvore mística  servimos como ponte de conexão entre o céu e a terra, nos conectamos ao céu através do nosso espirito e do chakra coronário e a terra através do chakra raiz.
  • Adaptabilidade e contornar obstáculos: Se você cultivar uma árvore em uma área sombreada, notará que suas folhas se voltam para o sol. Se um objeto atrapalhar o crescimento de uma árvore, ela crescerá ao seu redor.  Mesmo preza pelas suas raízes ela dá um jeito de buscar a luz que precisa, e espaço para crescer e prosperar.
  • Sabedoria, Inteligência Superior: A Bíblia tem a arvore do conhecimento, fonte de sabedoria infinita. Os celtas acreditavam que as árvores eram seres sábios e místicos. Sua cultura valorizava muito a sabedoria das árvores e, assim, sua Árvore da Vida passou a se tornar um símbolo de uma inteligência maior que a nossa.
  • Abundância: As árvores não temem perder as folhas,  não as seguram com medo de que nunca cresçam novas. As árvores deixam ir suas folhas a cada outono, desnudando-se durante o inverno, com total confiança de que crescerão novas folhas frescas na primavera. Como tal, a Árvore da Vida pode nos ensinar que a abundância está ao nosso redor e que não precisamos acumular nossas posses por medo de perder. Que nossa prosperidade pode estar na nossa confiança de que podemos fazer.


Árvore da Vida em Diferentes tradições e Civilizações

A Árvore da Vida é um símbolo de raízes antigas, a mais antiga conhecida foi encontrado nas escavações de Domuztepe na Turquia, que remontam a cerca de 7000 aC. Há também representações descobertas nos acadianos que datam de 3000 aC, no antigo Egito e na cultura celta.

A Árvore da Vida é um arquétipo fundamental em muitas tradições religiosas, mitológicas e filosóficas.

Árvore do Conhecimento na Bíblia

Na Bíblia, o jardim do Éden tinha uma árvore proibida para Adão e Eva. Uma fonte de sabedoria universal esta árvore também representa a sabedoria e o amor de Deus.

No cristianismo e no judaísmo, a Árvore da Vida é geralmente considerada a Árvore do Conhecimento na Bíblia e simboliza a consciência dos seres humanos da existência do bem e do mal. 

No Livro do Gênesis Adão e Eva não deveriam comer o fruto da Árvore do Conhecimento.  

No Livro do Apocalipse, os seres humanos são mostrados como podem acessar com segurança a sabedoria da Árvore do Conhecimento, que é então chamada de Árvore da Vida. 

 “Bem-aventurados os que lavam as suas vestes, para que tenham direito à Árvore da Vida e possam entrar na cidade pelas portas”. (Apocalipse 22:14) 

Árvore da Vida Assíria

Também conhecida como Árvore da Vida da Babilônia ou Árvore da Vida da Mesopotâmia, é possivelmente a inspiração para as Árvores da Vida das muitas culturas que vieram depois.

A Mesopotâmia, considerada o berço da civilização, incluía os impérios assírio, babilônico e acadiano. Todas essas culturas acreditavam em uma grande deusa mãe que era a personificação de todos os seres vivos. Os sumérios a chamavam de Inanna e os assírios, babilônios e acadianos a chamavam de Ishtar, deusa da fertilidade e da destruiçãoE todos a associaram a uma árvore gigante. 

A Árvore da Vida Assíria é representada por uma série de nós floridos e trepadeiras cruzadas. Era um importante símbolo religioso, frequentemente representado nos relevos dos palácios assírios. O nome “Árvore da Vida” foi atribuído a este símbolo pela erudição moderna. Nenhuma evidência textual sobre este símbolo é conhecida. 

Árvore do Mundo Maia

 Chamada de Yaxche, a Árvore da Vida Maia era uma enorme árvore ceiba pentandra. De acordo com uma história da criação maia, os deuses plantaram uma árvore ceiba em cada um dos quatro cantos do mundo para sustentar os céus. Então eles plantaram uma quinta árvore no centro. As raízes desta árvore ligavam-se ao submundo e seus galhos aos céus.

A árvore do meio, chamada Árvore do Mundo, era especialmente sagrada porque era como os deuses viajavam para o mundo do meio. Da mesma forma, esta árvore forneceu um caminho para as almas humanas viajarem para o submundo e os céus. 

Árvore da vida Nórdica


Na mitologia nórdica, a Árvore da Vida às vezes é chamada de Árvore da Vida Viking. Os antigos nórdicos a chamavam de Árvore Yggdrasil. A árvore era enorme e crescia do Poço de Urd, que era uma piscina infinita que continha sabedoria universal e outras poderosas forças cósmicas.

As raízes e galhos da Árvore Yggdrasil mantinham os Nove Mundos do cosmos juntos. Na verdade, era tão importante que o bem-estar do mundo inteiro dependia da própria vitalidade da árvore.

O deus nórdico Odin queria possuir o conhecimento contido na Árvore Yggdrasil e no Poço de Urd. Nesta crença era possível provar seu merecimento para ter acesso a sabedoria da árvore. Assim, depois de sacrificar seu olho e se jogar em sua lança, ele se enforcou em um galho da Árvore Yggdrasil por nove dias, quase morrendo no processo. Porém, no final, ele sobreviveu, adquirindo o conhecimento do Universo. 

De acordo com as lendas nórdicas, dois pássaros místicos habitam a Árvore Yggdrasil. Um é uma águia e o outro um falcão. A águia possuía o conhecimento e a sabedoria de Odin, enquanto o falcão espalhava a informação por meio de mensagens.

Árvore Celta da Vida


Os antigos celtas também tinham uma Árvore da Vida, que muitos historiadores acreditam ter sido inspirada na Árvore Yggdrasil. 

De acordo com os antigos druidas celtas, a Árvore da Vida possuía poderes especiais. Quando eles limpavam uma área para fins de assentamento, uma única árvore ficava no centro, que ficou conhecida como a Árvore da Vida. Na língua irlandesa, é conhecida como 'Crann Bethadh'.  Ela Forneceu comida, calor e abrigo para a população e também foi um importante ponto de encontro para membros de alto escalão da tribo.

Os celtas  viam as árvores como sagradas e as valorizam as por suas conexões espirituais com a família, ancestrais e divindades. Eles acreditavam que se tornavam árvores depois que morriam e portanto as árvores reais eram seus ancestrais, guardiões do outro mundo celta. 

A árvore da vida representa a vida após a morte e a conexão entre a terra e o céu, o ciclo da vida e do renascimento. A Árvore da Vida Celta estava conectada ao submundo através de suas raízes. Seu tronco existia no mundo físico e seus galhos altos alcançavam os céus. 

Árvore da Vida Egípcia


No Antigo Egito, os ramos da árvore da vida representavam os céus e simbolizavam a abundância, o tronco representava o centro do universo e as raízes simbolizavam o submundo.

Segundo a mitologia egípcia, depois que o mundo foi criado, o deus da Terra, Geb, e a deusa do céu, Nut, deram à luz um filho, o deus Osíris. Ele se tornou o primeiro governante do mundo. Depois nasceram outros deuses, entre eles Seth (irmão de Osíris) e Ísis, que se tornou sua esposa.

Seth ficou com ciúmes do poder do irmão mandou fazer um caixão que se encaixasse nas proporções de Osíris, o mais bonito já criado. Deu uma festa e  convidou todos a experimentarem o caixão, dizendo que o daria de presente a quem coubesse melhor. Quando Osíris experimentou, Set fechou a tampa e jogou o caixão no Nilo.

O caixão então desceu o Nilo e foi para o mar, chegando finalmente à costa de Byblos, na Fenícia. Lá ele se alojou em um sicômoro gigante. Com o tempo, a grande árvore cresceu ao seu redor, envolvendo o caixão.

Um dia, o rei Malcander de Byblos encontrou a árvore e notou um perfume adorável emanando de seu tronco. Ele gostou tanto da árvore que mandou cortá-la e transformá-la em um pilar em seu palácio.

Enquanto isso, Ísis ainda estava procurando por seu marido e chegou à corte do rei Malcander e da rainha Astarte. Quando ela passou pelo pilar no qual Osíris estava sepultado, Ísis pôde sentir o cheiro da doce fragrância que emanava dele. Quando o rei percebeu que ela era uma deusa,  disse que ela poderia ter qualquer coisa em seu reino. Naturalmente, Ísis pediu o pilar. Ísis devolveu o pilar ao Egito e o plantou no solo.

A árvore que foi transformada em um pilar e depois tornou-se uma árvore novamente é a base para a Árvore da Vida egípcia. A Árvore da Vida egípcia representa o ciclo da vida, a conexão entre o submundo, o mundo físico e os deuses. 



Baobá, árvore da vida Africana

Geralmente  considerada a árvore da vida, o Baobá dá frutos apesar do clima seco; por isso, é tratado com reverência e alta estima como provedor de vida e nutrição.

As explicações para a aparência do baobá giram em torno de Deus, mudando de ideia e virando a árvore de cabeça para baixo e, em seguida, replantando-a na Terra

Algumas tribos africanas acreditavam que os baobás tinham propriedades místicas. Por exemplo, colher as flores brancas da árvore convidaria um leão a comê-lo. Ou, se você embeber sementes de baobá na água e depois beber a água, os crocodilos não o atacariam. Da mesma forma, mergulhar um bebê em água que continha casca de baobá o tornaria forte como o baobá. 

Mitologia grega 


Na mitologia grega, Zeus se casa com a deusa da Terra, Gaia , e de sua união brota um carvalho gigante. Em outras versões, como na história de Osíris, Zeus se torna parte da árvore.

Como em outras tradições dizia-se que as raízes da Árvore do Mundo dos gregos chegavam ao Tártaro, o submundo grego. E seus galhos podiam alcançar as estrelas.


No Alcorão, a Árvore da Imortalidade

No Alcorão a árvore da imortalidade também cresce no Jardim do Éden. Allah diz a Adão e Eva que eles não devem comer do fruto da Árvore da Imortalidade.

Porque eles cometem o erro de comer da árvore, Allah envia Adão e Eva para a Terra, onde eles devem viver e aprender a se arrepender de seus erros. No entanto, Allah garante a eles que, enquanto estiverem na Terra, eles terão orientação. Assim, a Árvore da Imortalidade no Alcorão representa o arrependimento e o aprendizado com os próprios erros, bem como a misericórdia de Deus.

Árvore da Vida na Cabala e no Judaísmo


A Árvore da Vida é um símbolo proeminente nos ensinamentos da Cabala do judaísmo. Acredita-se ser o que sustenta e nutre a vida. 

Essencialmente, como é o caso do misticismo em outras fés religiosas, os seguidores da Cabala acreditam que todos nós temos uma união direta com Deus, ou a fonte da criação. A Árvore da Vida na Kabbalah está “enraizada” neste conceito. 

Na  Kabbalah, a Árvore da Vida é representada como um símbolo  que contém dez Sephiroth, ou canais de energia divina que são símbolos espirituais, cada um representando um aspecto de Deus e juntos descrevem o nome de Deus. A Cabala ensina que Deus usou essas dez forças para criar o universo e fazem parte da força da compaixão que Deus enviou à Terra para ajudar os humanos. As Sefirot são semelhantes aos chakras nas religiões orientais. 

A Árvore da Vida da Cabala é mais um símbolo ou diagrama do que uma árvore real. No entanto, é semelhante à Árvore da Vida em outras culturas. Representa a conexão entre os seres humanos e Deus, anjos e corpos celestes. 

Árvore do Mundo na China


 Os chineses também têm histórias de uma Árvore do Mundo que conecta os três reinos do céu, da Terra e do submundo. 

Árvore do Mundo Chinês serve como uma ponte que os deuses e xamãs usam para viajar entre os mundos. Além disso, ela  proporciona equilíbrio, equilibrando as forças universais. 

No budismo, a Árvore do Conhecimento é a Árvore Bodhi. Buda alcançou a iluminação sob a sagrada árvore Bodhi. Na cultura budista, a árvore da vida simboliza a iluminação e a existência.

Árvore do Mundo no Hinduísmo 

Na mitologia hindu, existe uma Árvore do Mundo cósmica que cresce de cabeça para baixo com suas raízes conectadas aos céus. Seus inúmeros ramos atingem a Terra e trazem bênçãos para as pessoas.

Em um mito hindu, quando o mundo foi criado, uma tempestade cataclísmica veio e cobriu a Terra com água. Uma das únicas coisas vivas que resistiram ao dilúvio foi uma figueira-de-bengala. E em uma de suas folhas estava o bebê Senhor Krishna. 

Árvore da vida nativa americana


As tribos nativas americanas têm histórias distintas sobre árvores místicas e aplicam diferentes significados a diferentes tipos de árvores. 

O povo Natchez acreditava que um cedro gigante conectava os céus à Terra e ao submundo.

Em outras lendas, antes do mundo ser criado, as pessoas viviam no céu onde crescia uma árvore gigante e a Terra era feita de água. Um dia, segundo a lenda, uma mulher grávida tentava pegar frutas na árvore, mas caiu no chão. Antes de cair, ela tentou se segurar na árvore agarrando sua casca. No entanto, ela caiu na água. Uma tartaruga gigante apareceu e a salvou colocando lama nas costas e deixando ela ficar lá. A mulher ainda segurava um pouco da casca, então plantou na lama. E a partir daí, a Terra foi formada.

Fé Bahá'í

Para os praticantes da Fé Bahá'í, a devoção completa a Deus é descrita como uma Árvore da Vida. 

“Sois os frutos de uma só árvore, as folhas do mesmo ramo.”
- Bahá'u'lláh


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A linguagem do inconsciente é simbólica por isso os arquétipos  passam reto pelo  crivo da mente racional  e atuam diretamente no campo inconsciente, individual e coletivo, influenciando e regendo comportamentos e instintos sem que percebamos.

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