A data da celebração cristã da Páscoa muda a cada ano porque é baseada em um calendário solar 'pagão'. A Páscoa ocorre no domingo na primeira lua cheia após o Equinócio da Primavera.
O equinócio ocorre quando nenhum dos hemisférios, norte e sul, da Terra está inclinado em relação ao Sol. Assim os raios solares incidem diretamente sobre a Linha do Equador, fazendo com que os dois hemisférios do planeta recebam a mesma quantidade de luz. Consequentemente, o dia e a noite tem a mesma duração (12 horas cada).
Há dois equinócios por ano: o Equinócio de Outono (em março no hemisfério sul, e em setembro no hemisfério norte) e o Equinócio de Primavera (em setembro no hemisfério sul, e em março no hemisfério norte)
O cristianismo incorporou os símbolos de uma antiga tradição pagã à ressureição de Cristo. A Páscoa era antes um rito de fertilidade oferecido a deusa Ostara e os festivais da deusa comemoravam o fim do inverno e o inicio da primavera, com a volta da fertilidade, vitalidade e alegria.
Ela é mencionada nos escritos de um monge do século VIII conhecido como Venerável Beda, que relatou que os anglo-saxões pagãos na Nortúmbria medieval realizavam festivais em sua homenagem durante o mês de abril.
Os ovos ocupam um status especial durante a Páscoa. Eles são símbolos de renascimento e renovação. O ovo assim como as as sementes contém 'todo o potencial' de uma nova vida e de crescimento. Simboliza o renascimento da natureza, a fertilidade da Terra e toda a criação. Em muitas tradições, o ovo é um símbolo para todo o universo. O ovo 'cósmico' contém o equilíbrio do masculino e feminino, do claro e escuro, por isso é particularmente apropriado para Ostara e o Equinócio da Primavera, que também representam respectivamente fertilidade e o equilíbrio da luz entre os hemisférios. Dessa forma o ovo foi uma boa associação a celebração cristã da ressureição de Cristo.
Há uma história sobre a deusa, o ovo e a lebre - Reza a lenda o Reino Animal se reuniu para uma reunião em uma onda de grande emoção, pois haveria uma festa e a própria Deusa estaria presente, e todas as criaturas queriam lhe dar um Presente Especial.
Enquanto alguns dos animais eram muito ricos, alguns eram muito pobres, mas todos foram preparar seus presentes, pois apenas o melhor serviria para a Deusa. Hare, a lebre, estava muito entusiasmada e embora fosse muito pobre, tinha um coração grande e generoso.
A Lebre correu para casa para buscar um presente para Deusa. Procurou em todos os lugares, mas não tinha absolutamente nada para dar a Ela. Exceto por uma coisa. Na despensa "vazia", havia apenas uma coisa, um único ovo. Era a única coisa que lhe restava. Hare gentilmente tirou o ovo da despensa, o decorou carinhosamente e o levou para a festa.
A Lebre estava muito preocupada, todos os outros animais deram presentes de ouro, prata e joias preciosas e tudo o que Lebre tinha era o ovo. A Lebre muito timidamente presenteou a Deusa com o ovo. A deusa o pegou e olhou para a lebre e viu o verdadeiro espírito de Hare. E ali e então a Deusa nomeou Hare como seu Animal Especial - porque Hare havia dado tudo o que tinha.
Na tradição celta, a lebre é sagrada para a Deusa e é o animal totem das deusas lunares como Hécate, Freyja e Holda - a lebre/coelho é um símbolo da lua. A Deusa mais intimamente associada à Lebre é Ostara, ambos representam a fertilidade, a renovação dos campos, a vida que volta as paisagens que foram escurecidas pelo inverno.
Acreditava-se que tanto a lua quanto a lebre morriam diariamente para renascer - assim, a lebre também é um símbolo da imortalidade.
Para Ostara se ofertava flores e ovos coloridos para as bençãos de fertilidade e renovação. Enterrar ovos na terra como um ritual para fertilidade do solo e prosperidade das plantações também eram costume.
Ovos pintados eram tradicionalmente trocados como presentes entre parentes e amigos e as celebrações incluíam pães doces, muitas vezes em forma de lebre.
0 Comentários
Deixe seu comentário