O décimo nervo craniano é chamado Nervo vago. O nome se deve a natureza difusa de suas várias partes. Os anatomistas não conseguiram seguir o curso dos seus numerosos tratos para ver onde estão as suas conexões finais. Ele forma a maior parte do sistema nervoso parassimpático e torna-se mais ativo quando na meditação ou durante o sono.
O nervo se origina no cerebelo do cérebro, corre para o pescoço e se ramifica em duas partes para baixo e ao redor da maioria dos nossos principais órgãos, como o coração, os pulmões, o fígado, o estômago, o pâncreas, os intestinos alcançando praticamente todos os principais órgãos do abdome. Ele controla uma vasta gama de funções corporais, incluindo digestão, frequência cardíaca, pressão arterial, inflamação e imunidade, bem como sudorese e até mesmo o reflexo de vômito.
Segundo Douglas Baker existem dez estruturas na substância física que têm um grande significado esotérico, sendo o Nervo vago uma das mais importantes pois nele estaria a chave fisiológica para a experiência super consciente. Segue trechos do seu livro Anatomia Esotérica:
"As células que compõem o vago, como as outras células do corpo, têm vida com função secundária. Diferentemente das outras células, entretanto, estas vidas secundárias que se expressam através do tecido Vago não estão involuindo. Elas estão evoluindo. Quando o Fogo Solar é projetado para a aura humana, estas células, mais que quaisquer outras, têm a capacidade de transmiti-lo para os tecidos físicos, transmutando, através desta faísca do ouro alquímico divino, tudo o que entra em contato com ele.
Aquilo que preenche, que transmite bem fundo dentro dos tecidos do corpo a luz conquistada ao fazer com que o olho se torne um só (e isto só pode ser feito na região frontal), é o Nervo Vago. Sempre associamos o Nervo Vago com o sistema nervoso autônomo, do qual faz parte. O sistema nervoso simpático, a contraparte do sistema nervoso parassimpático, é o agente do corpo emocional que irá explorá-lo sem piedade no caso de alguma instabilidade emocional ou astral. Diversamente de qualquer outro tecido do corpo, o Nervo Vago está intimamente ligado ao encéfalo e ao equipamento mental, aos pulmões e à respiração, ao coração e à circulação sanguínea.
O GLÓBULO DA VITALIDADE
O Nervo Vago é o "abre-te sésamo" para as trilhas de energia que conduzem o glóbulo da vitalidade ao corpo etérico. Provenientes da superfície dos pulmões, ou dos poros da pele, ou da superfície da pele sobre as aberturas do centro Alta Maior no pescoço, ou da região da pele sobre o baço, todas estas trilhas de entrada se alargam com a estimulação do Nervo Vago. À inspiração profunda é o momento de menor inibição para permitir o ingresso do glóbulo da vitalidade, o que resulta na estimulação do Nervo Vago. Os maiores resultados são obtidos ao se pressionar os globos oculares, o que faz diminuir o ritmo do coração, estimula o sistema nervoso parassimpático e inicia vários outros processos, alguns
dos quais constituem segredo de iniciação.
Ás disciplinas esotéricas do pranayama que incorporam uma absorção mais eficiente do glóbulo da vitalidade, sua decomposição e o transporte de suas energias nos tratos do Nadis e do Ida, Pingala e Sushumna, formam uma base sólida para que a estrutura física enfrente o longo caminho que conduz ao topo da montanha da iniciação.
Não se deve esquecer nunca de que a glândula tireoide, monitorada pela hipófise afeta a absorção de oxigênio e que o glóbulo da vitalidade está intimamente relacionado com a molécula de oxigênio.
Por originar-se na medula, o Nervo Vago faz parte do encéfalo, é um nervo craniano, e está, portanto, intimamente relacionado com o Chakra Craniano, o corpo mental e o Manas Superior. Através de suas ramificações, o Nervo Vago relaciona-se com os pulmões, a respiração, o prana, os nervos periféricos, o corpo etérico-físico, o Centro da Garganta e o Atma.
Através dos terminais nervosos no coração, o Nervo Vago relaciona-se com este órgão, o Chakra do Coração, a circulação sanguínea, os elementos sanguíneos (principalmente os leucócitos), o corpo astral e daí através do átomo astral permanente,
com o Buddhi. O aumento do influxo espiritual produz mudanças contínuas em todos os corpos da tríade inferior.
Os terminais nervosos ramificam-se no encéfalo e em todas as regiões intimamente ligadas aos centros superiores ou por eles energizadas. As suturas do crânio continuam abertas, mesmo na velhice, permitindo que o encéfalo se reforme. As glândulas pineal e hipófise tornam-se altamente ativadas com novos tecidos, antes atrofiados, que entram em funcionamento total, o que inibe determinados
órgãos e mecanismos etéricos acima do diafragma.
As observações que John rJThite faz em seu livro The Highest State of Consciousness são relevantes:
'Em termos do encéfalo, a iluminação parece envolver uma repadronização da rede neural. Enquanto antes existiam áreas do sistema nervoso sem conexão, ou 'compartimentalizadas', na iluminação
acontece uma ruptura que resulta na integração dos tratos nervosos que usamos para pensar e sentir. Nossos 'cérebros' múltiplos se tornam um só. O neocórtex (a parte 'intelecto-pensante'), o sistema límbico e o tálamo (a parte 'emoção-sentir') e o bulbo (a parte 'inconsciente-intuição') adquirem um método de comunicação intercelular, antes inexistente, mas sempre possível. Ultrapassa-se um umbral, explicável provavelmente em termos de mudança eletroquímica celular e de crescimento de novos terminais nervosos.
Embora se dê em termos neurofisiológicos, o resultado é um novo estado de consciência.
Isto, por sua vez, cria um novo modo de percepção e de sentir que conduz à descoberta de formas de lógica não-racionais (mas não irracionais), que são: multiníveis /integradas/simultâneas, e não: lineares/sequenciais/alternativas".
"No homem super evoluído, o Nervo Vago assume funções adicionais, de uma natureza esotérica. Através da ação iniciadora do átomo físico permanente, ele atrai o material de categoria mais elevada possível (mas dentro dos limites do karma do indivíduo) para dentro de suas estruturas, que são numerosas e se ramificam em muitas partes do corpo. Nos iniciados, estes átomos atraídos podem até possuir espirais altamente ativadas de quinta e de sexta classe, que têm qualidades idênticas aos planos do Atma, Buddhi e Manas com os quais estariam em ressonância.
As raízes do Nervo Vago surgem da medula, antiga parte do encéfalo que contém muitos centros de atividade nervosa responsáveis pela manutenção dos processos corporais que se encontram abaixo do nível da consciência normal. A manutenção da respiração é uma delas. O Nervo Vago tem um vínculo muito estreito com a respiração desde a mais tenra idade. Foi demonstrado que o Nervo Vago até pode assumir o centro respiratório das crianças prematuras.
As origens do Nervo Vago encontram-se atrás do osso esfenóide estreito e do meato inferior do nariz. Este último se encontra abaixo do osso turbinado inferior. Os turbinados são dobras nas paredes laterais do nariz. Elas se curvam de tal maneira que o ar inalado toma um caminho espiralado ao passar ao longo dos turbinados. Portanto, um cone de ar golpeia a parede posterior da faringe ao passar através de
cada uma das narinas. O ar move-se muito rapidamente e suas partículas elétricas tem a carga aumentada pelos efeitos espiralantes. Isto produz â estimulação das extremidades nervosas do primeiro nervo craniano, o do olfato. Quando, porém, se usam os padrões de respiração associados com a ciência do pranayama, o fluxo de excitação elétrica afeta os núcleos vagais da medula.
Desta maneira, pode-se vivificar o Nervo Vago fazendo-o funcionar com enorme eficiência. Nos momentos de meditação elevada, a inspiração rápida pelas narinas que no yoga recebe o nome de "respiração de fole" (bhastrika), transforma o Nervo Vago num farol de grande luz interior, que traz o Fogo Solar para dentro da própria substância dos tecidos.
Os terminais do Nervo Vago encontram-se na região do palato mole. A própria úvula, chamada por alguns de "a pequena língua", situada no fundo da garganta, tem um suprimento nervoso do Nervo Vago. O médico, quando pede ao paciente que diga "Aaaah" , está observando a úvula. Se esta se ergue durante a vocalização o médico sabe que o Nervo Vago não está danificado. Se, entretanto, inclina-se para o lado, isso quer dizer que um dos dois Nervos Vagos está danificado, o direito ou o esquerdo. O significado oculto disto é que o som emitido constitui a primeira vogal da palavra sagrada, o AUM ou OM. Este estimula diretamente o Nervo Vago e é frequentemente usado no início da meditação ou na preparação de algum elevado ato de focalização mental. Da mesma maneira, a vocalização da segunda vogal da Palavra produz efeitos sobre a íteada hipófise enquanto o seio esfenóide ressoa com este som.
A laringe, ou caixa de ressonância, é outro órgão suprido pelo Nervo Vago. É aqui que se cria a mágica do som. Os efeitos do som alcançam os seres deva que são os construtores da forma. Através do mecanismo dos mantras pode-se estabelecer uma linguagem de comunicação com os devas que reagem com os seus poderes sanadores, construtivos, criativos ou destrutivos. O Vago é a antena psíquica do corpo."
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