O Cérebro Cardíaco e o Campo Eletromagnético do Coração



O coração é o primeiro órgão formado no útero, o coraçãozinho do bebê pode bater pela primeira vez já aos 16 dias de gravidez… É de se pensar que dele viria a inteligência que forma todo resto, entretanto durante muito tempo a ciência vendeu o coração como uma bomba de sangue, e muito embora relacionássemos sentimentos a ele, isso era considerado apenas linguagem popular.

Fomos ensinados que inteligência, tida como a capacidade de aprender e  compreender, é uma função exclusiva do cérebro. Que ele está no controle, enquanto o resto do nosso corpo, inclusive o coração, obedece aos seus comandos.

A inteligência do coração

Na visão do fisiologista e pesquisador Walter Bradford Cannon o sistema nervoso autônomo e todas as respostas fisiológicas relacionadas se moviam de acordo com a resposta do cérebro a qualquer estímulo ou desafio.  No entanto, com a introdução de tecnologias de processamento de sinais que podem adquirir dados contínuos ao longo do tempo a partir de processos fisiológicos, como freqüência cardíaca (FC), pressão arterial (PA) e atividade nervosa, tornou-se possível observar o real comportamento fisiológico seguindo estimulo e resposta.

O casal de fisiologistas, John e Beatrice Lacey, do Fels Research Institute, foram os primeiros a examinar as interações entre o coração e o cérebro. Nas décadas de 1960 e 1970, os Lacey se dedicaram a estudar essa interação e estabeleceram evidências científicas de que o coração se comunica com o cérebro de uma maneira que afeta a maneira como percebemos e reagimos ao mundo.

À medida que a pesquisa evoluía, eles descobriram que o coração em particular parecia ter sua própria lógica que freqüentemente divergia da direção da atividade do sistema nervoso autônomo. O coração estava se comportando como se tivesse uma mente própria. Além disso, o coração parecia estar enviando mensagens significativas para o cérebro que o cérebro não apenas entendeu, mas também obedeceu. Os Laceys identificaram uma via neural e um mecanismo pelo qual a entrada do coração no cérebro poderia inibir ou facilitar a atividade elétrica do cérebro demonstrando que o coração possui um sistema nervoso independente.

Uma pesquisa alemã de Velden e Wölk na década de 1980 descobriu que o desempenho cognitivo e a função cortical estão sob a influência do coração por meio de entradas aferentes (coração ao cérebro) dos neurônios no tálamo que afetam a sincronização global da atividade cortical.

Em 1991, o Dr. J. Andrew Armour, pioneiro em neurocardiologia, introduziu o conceito de um “cérebro cardíaco” funcional. “o cérebro do coração Armour descobriu que  o sistema nervoso do coração contém cerca de 40.000 neurônios, chamados neurites sensoriais, que detectam hormônios circulantes e neuroquímicos e detectam informações sobre batimentos cardíacos e pressão. As informações hormonais, químicas, de taxa e pressão são traduzidas em impulsos neurológicos pelo sistema nervoso do coração e enviadas do coração para o cérebro através de várias vias aferentes (fluindo para o cérebro). É também através dessas vias nervosas que os sinais de dor e outras sensações são enviados ao cérebro. Essas vias nervosas aferentes entram no cérebro em uma área chamada medula, localizada no tronco cerebral. Os sinais têm um papel regulador sobre muitos dos sinais do sistema nervoso autônomo que fluem do cérebro para o coração, vasos sanguíneos e outras glândulas e órgãos. No entanto, eles também entram em cascata nos centros superiores do cérebro.

 O coração não obedece automaticamente as mensagens do cérebro. Ele primeiro interpreta os sinais neurais e depois cria uma resposta de acordo com o estado emocional da pessoa. O coração possui uma lógica distinta e que os batimentos cardíacos são uma linguagem inteligente.

Os primeiros estudos sobre comunicação coração-cérebro pretendiam explicar a influência do cérebro sobre o coração, mas agora sabemos que há mais “tráfego” neural do coração para o cérebro do que o contrário (McCraty, 2015). 

Hoje se sabe que o coração se comunica com o cérebro de quatro maneiras principais: neurologicamente(através da transmissão de impulsos nervosos), bioquimicamente (via hormônios e neurotransmissores), biofisicamente (através de ondas de pressão) e energeticamente (através de interações no campo eletromagnético). A comunicação ao longo de todos esses condutos afeta significativamente a atividade do cérebro. Além disso, pesquisas do HeartMath mostra que as mensagens que o coração envia ao cérebro também podem afetar o desempenho.

O coração como uma glândula hormonal

O coração foi reclassificado como parte do sistema hormonal em 1983, quando um novo hormônio produzido e secretado pelos átrios do coração foi descoberto. O Fator Atrial Natriurético (FAN ou ANF) apelidado de hormônio do equilíbrio tem um efeito regulador sobre os vasos sanguíneos, os rins, as glândulas supra-renais e um grande número de regiões reguladoras no cérebro. Mais tarde foi descoberto que o coração contém células que sintetizam e liberam catecolaminas (noradrenalina, epinefrina e dopamina), que são neurotransmissores que antes se pensava serem produzidos apenas por neurônios no cérebro e nos gânglios.  Mais recentemente, foi descoberto que o coração também fabrica e secreta ocitocina, que pode atuar como um neurotransmissor e geralmente é chamada de hormônio do amor. Além de suas funções bem conhecidas no parto e lactação, evidências recentes indicam que esse hormônio também está envolvido na cognição, tolerância, confiança,adaptação, amizade, comportamentos sexuais e maternos complexos, bem como no estabelecimento de vínculos duradouros entre pares. As concentrações de ocitocina no coração são tão altas quanto as encontradas no cérebro.

O Centro de Pesquisa do Instituto HeartMath explora os mecanismos fisiológicos pelos quais o coração e o cérebro se comunicam e como a atividade do coração influencia nossas percepções, emoções, intuição e saúde. 

Também responsáveis pelo Global Coherence Initiative (GCI), que explora a interconectividade da humanidade com os campos magnéticos da Terra, o instituto desenvolve e testa cientificamente técnicas de coerência cardíaca. O que nos possibilita uma maior imunidade, intuição, empatia, paz, e qualidade de vida.

heartmath

O coração é a fonte mais poderosa de energia eletromagnética no corpo humano, produzindo o maior campo eletromagnético rítmico de qualquer órgão do corpo. O campo elétrico do coração é cerca de 60 vezes maior em amplitude do que a atividade elétrica gerada pelo cérebro. Esse campo medido na forma de eletrocardiograma (ECG) envolve todas as células do corpo, mas também se estende para o espaço ao nosso redor, tem força 100 vezes maior que o campo gerado pelo cérebro e pode ser detectado a até 3 pés de distância do corpo, em todas as direções, usando magnetômetros baseados em SQUID .

Pesquisas realizadas na HMI sugerem que o campo do coração é um importante portador de informações e responsável pela comunicação biomagnética entre pessoas e até seus animais de estimação. Os resultados desses experimentos os levaram a concluir que o sistema nervoso age como uma antena, que é sintonizada e responde aos campos magnéticos produzidos pelo coração de outros indivíduos.

Comunicação biomagnética entre pessoas – As informações sobre o estado emocional de uma pessoa são codificadas no campo magnético do coração e são comunicadas por todo o corpo e para o ambiente externo e podem ser detectadas por outras pessoas e processadas da mesma maneira que os sinais gerados internamente.

A interação entre dois seres humanos é uma dança muito sofisticada que envolve muitos fatores sutis. A maioria das pessoas tende a pensar em comunicação apenas em termos de gestos e palavras. No entanto, as evidências agora sustentam a perspectiva de que um sistema de comunicação eletromagnético ou “energético” sutil, mas influente, opera logo abaixo do nosso nível consciente de percepção.

O cérebro holográfico de Pribram quando conjugado à teoria do Universo Holográfico de Bohm, resulta num mundo onde o ser humano é um receptor à deriva num oceano de frequências, que são extraídas do oceano e transformadas em realidade física.

David Bohm, que trabalhou com Einstein, na Universidade de Princeton antes de fugir para o Brasil, comenta que “o que aparenta ser o mundo estável, tangível, visível e audível é uma ilusão. Ele é dinâmico e caleidoscópico – e não está realmente lá”.

parece que a realidade real – a micro realidade – que subjaz a todo o nosso sólido bom senso é realmente fabricada, como se tivéssemos apenas testemunhado, de um vasto espaço vazio preenchido com campos oscilantes! Vários tipos de campos diferentes, todos interagindo uns com os outros“. – Itzhak Bentov


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