Uma nova visão da consciência denominada Teoria Holoinformacional da Consciência, na qual o cérebro e o universo são compreendidos como sistemas informacionais interconectados por uma dinâmica global instantânea.É uma concepção fundamentada na natureza holográfica do funcionamento cerebral, de Karl Pribram, na estrutura quântico-holográfica do universo de David Bohm, e no princípio quântico da não-localidade desenvolvida por Hiroomi Umesawa e outros.
Nesse modelo holoinformacional da consciência os fenômenos, parapsicológicos, paranormais e mediúnicos são entendidos como processos normais da própria estrutura quantum-informacional-holográfica do universo, e consciência e “espiritualidade” passaram a ser compreendidas como o fluxo de informação quântico-holográfica de natureza espectral, que religa cérebro e cosmos ou, à fonte primordial do ser humano.
Não-localidade
É uma propriedade fundamental do universo, exaustivamente comprovada, tanto a nível quântico, quanto a nível macroscópico, responsável por interações instantâneas entre todos os fenômenos cósmicos. É uma consequência da Teoria do Campo Quântico de Umezawa que unificou os campos eletromagnético nuclear e gravitacional em uma totalidade indivisível subjacente.
Sistemas holográficos
São sistemas geradores de imagens tridimensionais, em que a imagem virtual, ou holograma, é criada quando um laser incide sobre um objeto, e este o reflete sobre uma placa. Sobre essa placa incide um segundo laser, produzindo uma mistura das ondas do primeiro com as do segundo. Este padrão de interferência de ondas armazena a informação acerca da forma e volume do objeto, e ao ser refletido pela placa, gera uma imagem tridimensional do objeto no espaço. O relevante é que nos sistemas holográficos cada parte do sistema contém a informação completa sobre o objeto; se quebrarmos a placa em pedaços, cada pedaço refletirá a imagem tridimensional do objeto no espaço, demonstrando que o todo está nas partes, assim como cada parte está no todo. Esta propriedade fundamental dos sistemas holográficos, foi descrita por Dennis Gabor, que ganhou o Prêmio Nobel pela invenção do holograma.
Redes neurais holográficas
A teoria quântico-holográfica ou holonômica de Pribram, hoje exaustivamente comprovada experimentalmente, demonstra a existência de um processo de tratamento quântico-holográfico da informação no córtex cerebral, denominado holograma neural multiplex, dependente dos neurônios de circuitos locais, que não apresentam fibras longas e não transmitem impulsos nervosos comuns. “São neurônios que funcionam no modo ondulatório, e são sobretudo responsáveis pelas conexões horizontais das camadas do tecido neural, conexões nas quais padrões de interferência holograficóides podem ser construídos”.
Tal como a música não pode ser localizada no piano, e sim em todo o campo ressonante que o circunda, as memórias de um indivíduo não estão localizadas somente no cérebro, mas também no campo de informação holográfica que o envolve!
Rumo a uma teoria holoinformacional da consciência
Pribram inferiu a possibilidade do processamento informacional holográfico do universo poder se interconectar ao processamento holográfico neuronal do córtex cerebral, mas não direcionou suas pesquisas por esta vertente.
Vislumbrando esta possibilidade de conexão entre o cérebro e o universo, propõe-se que os padrões quânticos e as redes neurais holográficas do cérebro são parte ativa do campo quântico-holográfico do universo, e que esta interconexão informacional é simultaneamente local (mecanicística-newtoniana), e não-local (holística-quântico-holográfica), e a denominamos holoinformacional.
A não-localidade quântica permite uma interconexão instantânea entre o cérebro e o cosmos. Considerando ainda a propriedade matemática básica dos sistemas holográficos, de cada parte do sistema conter a informação do todo, os dados matemáticos da física quântica de Bohm, e os dados experimentais da teoria holográfica de Pribram, propusemos, alem disto, que esta interatividade universal nos permitiria acessar toda a informação existente nos padrões de interferência de ondas existentes no universo, desde sua origem, pois a natureza holográfica do universo, permitiria que cada parte, cada cérebro-consciência, contivesse a informação do todo.
COMO FAZER
Para que esta conexão cérebro-universo seja possível, é necessário aquietarmos nosso cérebro, sincronizando o funcionamento dos hemisférios cerebrais, e permitindo que o modo de tratamento holográfico da informação neuronal se otimize. Isto se consegue facilmente por meio das práticas de meditação, relaxamento e oração que comprovadamente sincronizam as ondas dos hemisférios cerebrais, gerando um estado alterado de consciência (referências eletroencefalográficas e clínicas podem ser encontradas em meus livros, O Homem Holístico, a unidade mente-natureza, e Caminhos da Cura, ambos da Editora Vozes).
O campo unificado da consciência
Matéria, vida e consciência são atividades significativas, ordem transmitida através da evolução cósmica, ou seja, processos informacionais inteligentes. Um universo estruturado como um campo holoinformacional, é portanto um universo inteligente, funcionando como uma mente, como o astrônomo Sir James Jeans já observara:
“O universo começa a se parecer cada vez mais com uma grande mente, do que com uma grande máquina”.
Esta rede quântico-holográfica universal pode ser compreendida como uma Mente.
Uma Consciência Holográfica Universal. Um campo Unificado da Consciência.
Uma Consciência Cósmica, como afirmam há milênios, as tradições espirituais da humanidade.
Nesta concepção holoinformacional , consciência e inteligência são informação emergente no momento mesmo de sua geração, sendo possível portanto afirmar que a inteligência-informação sempre esteve presente em todos os níveis de organização da natureza.
Informação, energia matéria, vida e consciência não são portanto entidades cartesiano-newtonianas separadas, mas uma unidade quantum-holográfica informacional holística indivisível, um campo holoinformacional inteligente auto-organizador, se desdobrando dinâmica e continuamente em uma infinita holoarquia cósmica.
Para um maior aprofundamento nos fundamentos quântico-holográficos da consciência sugiro a leitura do artigo Quantum-Holographic Informational Consciousness,
Franscisco Di Biase
- Na realidade holoinformacional do mundo quântico:
- 1) – o ser humano é parte de um Todo Indiviso/Universo;
- 2) – A Inteligência Universal – (Universo) não enfoca o ser humano como o “eu” ou, uma inteligência isolada no espaço-tempo e, sim, como parte Dela. Logo, para o universo ele é um aspecto impessoal;
- 3) – Tudo está correlacionado com tudo em um entrelaçamento quântico infinito;
- 4) – Todas as possibilidades estão existindo simultaneamente num estado “dormente”/potencial. Mas o ser humano pode despertá-las a partir do despertar de uma nova percepção (pensamento + sentimento);
- 5) – A mudança de realidade acontece pela escolha de consciência e não pela decisão consciente do “eu”. Isto implica o ser humano em desdobrar uma nova percepção de si mesmo;
- 6) – Quando o ser humano entra em fase harmônica consigo, ele se direciona o poder quântico, então o salto quântico nele se torna possível;
- 7) – O ser humano (sua essência) não está no seu corpo e muito menos na realidade. É o seu corpo que está nele; com sua realidade nele habitando. Logo, ele tem total autonomia para organizar e reorganizar sua realidade;
- 8) – O ser humano não começa e não termina em sua pele;
- 9) – Todo pensamento que ele emite é uma realidade que coexiste com a sua atual. E ao mudar o seu pensamento, ele pode se transferir para uma outra realidade;
- 10) – Tudo começa e termina nele.
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1 Comentários
Sensacional artigo, gratidão pelo conhecimento.
ResponderExcluirLuz, Amor, Sabedoria e Progresso!
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