A maioria das pessoas vê em sua vida o fluxo de restrições. De tempos em tempos ocorrem eventos que retiram bens, dinheiro e relacionamentos, e isso se torna motivo de muita ansiedade.
O mundo hoje é o mundo do controle, onde a maioria acredita possuir o controle de sua vida. Mas aqueles que estão experimentados na vida material, sabem que a vida nem sempre é assim. Uma hora é um emprego, outra um ente querido, outra um simples veículo que se vai, para sempre ou temporariamente.
Vocês acreditam que esses eventos todos são obra do acaso? Acreditam que os eventos ocorrem porque foram distraídos? Porque não vigiaram suficientemente?
A vida na Terra é acompanhada pelos seres de luz, mentores e tutores espirituais e cada um sempre possuirá o fluxo necessário à evolução da sua alma, à sua libertação. O fluxo do necessário sempre se manifesta na medida exata do suficiente, e em perfeição. Não da maneira que desejam, mas sim o necessário para cumprirem o propósito que assumiram antes de encarnar.
O ego imaturo, a mente, no entanto, tentará os conduzir aos caminhos tradicionais da matéria, porque desconhece os desígnios do espírito. Esse caminho os conduzirá novamente a tentar controlar a vida, materializando o além do necessário à sua evolução. Entram no caminho da vaidade, do orgulho, da preguiça, da avareza e de tantos outros vícios da grade planetária, que se manifestam na contramão do fluxo da alma.
E nesse caminho, nesse desvio, o que é que a vida os traz? Experiências para os lembrar que se desviaram novamente. Caminham pelos vales da sombra, da dor e do sofrimento. Ainda que tenham momentos fugazes de alegria passageira da matéria, a vida o trará a conta, mais cedo ou mais tarde. Essa é a lei da ação e reação.
Percebem que, queiram ou não, a vida trará o fluxo do necessário? Sempre esse fluxo se manifestará em suas vidas. Sempre na medida do suficiente ao propósito, nem mais nem menos. Se tentam o mais, se lutam na contramão do fluxo natural, o acerto vem de outra forma. Essa é uma lei universal.
Identificam o fluxo natural quando os dias começam a se tornar suaves, mais fáceis. E essa suavidade não está necessariamente na experiência material.
Vamos tentar aprofundar essa questão para maior compreensão:
A suavidade que nos referimos é aquela do coração. Quando a vida ao redor é a mesma, nada mudou e muito do que o afligia passa a ser ignorado. A
vida é a mesma, mas o coração está mais calmo, mais suave. Esse é um belo sinal do fluxo Divino em nossas vidas. Significa que o ego se aquietou. Aquela cobrança que havia interiormente que não permitia a manifestação do fluxo Divino, aquietou-se.
É como se tivéssemos em uma canoa. O rio tem seu fluxo natural, mas podemos remar no sentido contrário. Viemos apenas para descer o rio, mas ora e meia queremos dar um passeio nas margens desse rio e interrompemos a viagem.
Nesse momento, mais cedo ou mais tarde, virá uma força a nos conduzir de volta à canoa, pois ali está nosso destino. Mas chega um momento que ficamos cansados da margem e queremos simplesmente descer o rio, ansiando o encontro ao mar.
O fluxo Divino se manifesta na medida que chegamos mais perto do mar. Quando chegarmos ao mar vamos nos diluir no oceano, vamos nos perder na imensidão do desconhecido. Esse é o fluxo natural.
E esse fluxo começa a se manifestar em nossa vida quando as forças que estão na margem desse rio não precisam interferir em nossa vida. Elas ficam ali apenas a observar porque o ego está silente. Ele não reclama da vida, não clama pelas injustiças do mundo, deixou de querer ser e ter, e se conformou em descer o rio.
A vida então se manifesta na medida que não resistimos, que embora encantados pela margem já aprendemos que há um propósito na vida que precisa ser cumprido. Um propósito que foi o planejado e que realmente nos trará felicidade na vida. É aquele que Deus nos deu de presente e que guardamos no coração. Nada trará mais felicidade que isso, ainda que a ilusão da margem seja grande.
Interrompemos o fluxo quando novamente nos vinculamos aos dramas da ilusão, e passamos a remar de forma contrária ao rio através do nosso orgulho, vaidade, luxuria, avareza e todos aqueles vícios que viemos justamente a transcender. Esses são os vícios do ego forte, que está grande dentro de si mesmo a não compreender o fluxo do rio.
Mas a vida nos trará a cobrança a nos devolver à canoa.
O fluxo e o defluxo, tão naturais.
Nessa colocação não há cobrança ou culpa. Porque tudo deve ser visto como experiência da alma, a aprender a compreender o fluxo de corações universais, que vigora nos reinos sutis. Onde cada rio permite a formação do oceano.
A vida se manifesta nesse fluxo.
O ego nos tira, mas a vida nos devolve ao fluxo.
E assim é.
Thiago Strapasson
Reconhecendo a abundância 19 -
Fonte: www.pazetransformacao.com.br
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